terça-feira, 21 de julho de 2015

Entre pontos e nós





Nos amamos em tridentes e tuas risadas contaminam os espaços vazios da sala, enquanto eu sem pressa contemplo teu corpo desnudo. 
Ao percorrer toda casa à procura de algum LP raro, daquele que lhe faça lembrar das manhãs chuvosas de outono.

Com trilhas, canecas e chás, valsa e vapor, a nostalgia toma nossos corpos entre beijos e carícias e insistentes loops de faixas. Aos minutos de vozes que nos fazem encher os corpos de vontades.

O tempo parou, nosso filme 
começou ali, a história de um andarilho, a garota de fone, dois atenuantes do crime de pouco amar.


Como dois e dois são quatro, multiplicamos planos, subtraímos pessimismos com porcentagens de ironia.  Somos uma dupla do barulho, dois corpos tornando um só.
Diferentes? Talvez.
Libertos de mesmices irreverentes no sentir e mágicos no saber um do outro.
Talvez falte algo em nós que não necessitamos. É, damo-nos por completos...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

De momentos que eu ainda não vivi ...

Façamos um filme... Onde não serei teu cavalheiro branco de alta estatura. Nem tampouco o que morre pela espada do inimigo para lhe provar bravura.

Não, nada disso. Seremos reais, nada clichês. Façamos real a vertente de amar, serei-me cordial. Lhe falarei de amor mesmo sabendo nada deste "tal".

Façamos um filme... Onde você é o café da manhã, eu levo cachorro no Pet. Você esquece de completar o combustível e eu do nosso primeiro beijo.

Façamos um filme onde eu deixo a toalha no sofá, você rímel na cama. Você centrífuga e eu coloco o amaciante.
  
Façamos um filme onde na desarmonia de nossos pensamentos encontremos então a razão de seguir adiante. Então façamos diferente de todas as novelas, comédias, cinema mudo. 
Mas que não nos falte pitadas de Shakespeare para adoçar a vida.

Façamos um filme onde os pudores ficam no passado e nosso calor corporal nos complete. Que nossa trilha não embale outros corações, que os sonhos sejam apenas nossos.

Que sejam respeitadas nossas memórias, que os dias de sol nos prendam na cama.
Seremos assim entorpecidos de um bom vinho de ontem, ponderados quanto ao futuro.
Sem "Mô pra lá, Mô pra cá", que nos permitamos  lembrar dos nomes e sabores...
E quando o inverno chegar, em caso do conto não vingar, mesmo aos 80, ainda assim juntos vamos dividir uma lareira como planejamos no ultimo verão.

domingo, 31 de agosto de 2014

Um pouco mais do que é amor

ESTÁGIO 01 - Talvez nunca boa noite...
 

Um simples “desejo lhe  boa noite” mostra o quanto exaustos, sonolentos ao ponto de deixarmos de lado aquele calor dos flertes apaixonados de um dia inteiro para adormecer. Em nossa esfera isso nunca houve, pois acreditávamos que não haveria  "Bom dia",era mais cômodo pegarmos no sono entorpecidos de paixão e suspiros de felicidades ...  


ESTÁGIO 02 -  Tempos distintos ...

A parte mais difícil dos meus últimos dias foi descrevê-la , o inaceitável  até então tornou-se real em uma proporção que eu desconhecia o engraçado é que lutei para isso por essa tal felicidade mas acontece que nossos tempos são distintos enquanto me fechei embrenhado a medo cometi o ato falho de não me permitir  fui um homem de frases prontas e politizei os sentimentos, o amor. Fechei-me  em um mundo ilusório  incrivelmente este cenário nunca foi parte real do meu eu interior , talvez o maior erro de um Homem seja se apaixonar por sua lenda e que pode controlar o tempo seus amores  ...

ESTÁGIO 03 –  Encontro de si mesmo ...

Espalhei aos quatro ventos estar apto ao novo, mas nunca apto a me permitir sempre temi o fantasma do abandono. Esta ocupada para ouvir o quanto penso em ti ? em quantas trilhas sonoras penso para nosso pen drive ? Quantas formas tenho para lhe descrever o que há de novo em min. O lado bom de estar hoje sóbrio e beber da paixão, foi a liberdade a mim devolvida de voltar a mim, aquele carinha embalado canções de Renato , Cazuza , engenheiros  aos 16.

Sem o menor interesse  em ternos novos, gravatas  e sapatos , aquela altura seu velho par de tênis furados um moletom cinza  e a garota dos poemas  lhe fazia dono do seu mundo, um mundo cheio de verdades ...  

terça-feira, 5 de agosto de 2014

"Lágrimas de Cacau"


Enquanto mulheres "redescobrem" terapias entre choros e doses de boas amigas, nós homens nos reprimimos em velhos costumes medievais como vinho , sexo (casual) , balada, balada e balada.
Infelizmente não nos rendemos as maravilhas do chocolate com lágrimas, chocolate que por sua vez é o grande aliado feminino liberando dopamina - responsável pela sensação de bem-estar e logo após algumas saborosas mordidas ao prazeroso engenho de cacau a sonhada serotonina aparece melhorando o seu humor, resistência, disposição física, mental e o mais importante... alivia dores , velhas dores de sua decepção amorosa ou a dor de ser ludibriada por um bom vivant ao melhor estilo Maicon Cain e "Alfie" dos anos sessenta. 
Mas o ciclo "lágrimas de cacau" tem em média o tempo de uma nova paixão, ou seja, de 6 a 8 meses. Após esse período então elas ressurgem ao melhor estilo "Pretty Woman " (Julia Roberts), fortes, determinadas e dispostas a não mais sofrer em suas vidas. 
Devo confessar que é invejável a superação feminina, porque além de possuírem algumas "maravilhas do cacau" a seu favor também reconhecem quando estão vulneráveis e buscam ajuda (praticidade), talvez se trocássemos cervejas por vinhos poderíamos ser contemplados com mais serotonina, combatendo assim um pouco de nossa ansiedade e depressão pós-perda, e como disse Sócrates "o vinho não viola a razão, mas sim nos convida
gentilmente a uma agradável alegria.”, portanto que isso sirva ao nobres cavalheiros que não há desonra em se mostrar frágil. 
Um fiel amigo, seguido de um bom vinho e se refaça ao melhor estilo Gentleman.

PS : A Victor Celerino

"...Mas pobre de mim e dos filósofos gregos, ideias e hipóteses que ficam no bar!.."

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Mal do século solidão?

Essa tal carência social fez dos jovens de alma sentir aversão à solidão. 
Total desprezo/desconhecimento por esse sentimento criou ciclos “muletas”, junto a frases prontas de 'amor', que por ventura achamos simbólicas e honrosas tais atitudes.
O que me remete a pensar “onde está o primor do ser maior”? O Lirismo das paixões? A essência de conquistar e ser conquistado? Aprisionados a mentes e medos, privam-se do aprender com as paredes do quarto escuro ou com aquele velho CD de músicas 'fossas'. Pulam etapas da vida e geram danos irreversíveis a longo prazo, esquecem que precisam maturar questões, reviver sensações e crescer internamente. 
Não se trata de 20, 30, 40 anos. Não existe prazo de validade para amar. Não seja você produto hollywoodiano, fuja de frases como “o amor pode estar onde você menos espera”, embora possa mesmo acontecer. Mas não corra de braços abertos ao porteiro porquê ele elogia seus sapatos e lhe deseja um bom dia. Reviva a nostalgia dos amores platônicos e não se prive de ter um único primeiro amor. Tenha conversas clichês entre amigas: “...meu próximo e último amor terá de gostar dos filmes da Bridget Jones (risos)...” Não alimente estereótipos feministas de que “homens não prestam”, mude velhos discursos... “Ainda vou externar esse amor “(ótima dica)”. 
A base do romantismo continua sendo a mesma de outrora, estamos distraídos quanto a isso por estarmos culpando incisivamente amores passados. Alimente-se da chama de que o melhor estar por vir. Não cometa erros de modelos que afirmam categoricamente que o tempo está passando e você precisa tomar decisões. Lembre-se que o tempo passa apenas para os que não vivem seu próprio tempo.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Você sempre capaz de tão pouco ...


Por Amor, Respeito, satisfação em servir, mudamos sim. Lembro-me de um tempo em que deixava cueca, shorts, camisas espelhadas por toda a casa, Toalha molhada em cima da cama, não baixar a tampa do vaso.                                 
Enquanto ela é capaz de ser até o
“Player 2 " Acompanhar seu futebol e opinar só pra mostrar que se importa com suas “coisas chatas” consolar, chorar com você, vivenciar todas suas futilidades e ainda afirmar que também gosta ou melhor, ela passa a ver graça nas coisas juntos com você. 
Ela sempre é capaz de muito mais e você
tão pouco, 
Tão pouco que não nota a diferença na sua nova mecha de cabelo 
No vermelho entorno de sua sobrancelha no cair de suas pálpebras por ter ficado sem encosto para não amassar o cabelo, em seu anelar ligeiramente avermelhado devido a um erro da manicure. 

Você sempre capaz de tão pouco por estar distraído com suas conquistas é preciso mais que
“Valentine’s Day“ ou seu nome em alianças.                                                                        
Antes de passar o sinto de segurança do carro informe a ela o quanto está bela. 

sexta-feira, 27 de junho de 2014

O Tal Amor ...

Leviano com suas verdades tornou-se pejorativo estigmatizado como senhor de "falacias", mal interpretado em sua visão do que é amor se limita apenas a paixões. Não que precise de outros corpos para preencher o vazio que o habita mas acredita que amar é para nobres como romancistas do seculo XV. E porque remete-se e não ter o mesmo apogeu feminino? deseja a ternura de olhares em manhãs de "quartas feiras" enquanto folheia um jornal de ontem a sombra de silhueta feminina usando sua camisa favorita secando os cabelos com um barulho insuportável e fazendo criticas sobre suas prioridade para o amanhã.
Embraiado a dificuldade em expressar teu sentimento o que de fato o move permanece preservado, sereno sabido de sua juventude não apressa fatos circunstancias não se deixa mover por modelos que deram certo. A magia do  "Amor" ainda é ambígua no sentido literal em seu âmago ele a desconhece por completa dado a suas vivencias, outrora "amou" , chorou si auto flagelou  então retornou . 

Seu coração anda em espreita  cultivando  ilusões , galgando emoções de suas projeções questionadas a todo instante em sua mente. Si amar é para nobres a verdade é primeiro passo a esta plenitude mentir será sempre refugio de insensíveis e isso é omissão ao seu ser.
O fardo é pesado mas este é o justo preço do preparo a uma causa maior. 
Espero voltar aos 60 , 70 anos e parafrasear sobre a magia do amor por conta hoje fico entre linhas é preciso maturar muitas paixões para ponderar o indefinível ... o tal do Amor.