Nos amamos em tridentes e tuas risadas contaminam os espaços vazios da sala, enquanto eu sem pressa contemplo teu corpo desnudo.
Ao percorrer toda casa à procura de algum LP raro, daquele que lhe faça lembrar das manhãs chuvosas de outono.
Com trilhas, canecas e chás, valsa e vapor, a nostalgia toma nossos corpos entre beijos e carícias e insistentes loops de faixas. Aos minutos de vozes que nos fazem encher os corpos de vontades.
O tempo parou, nosso filme
começou ali, a história de um andarilho, a garota de fone, dois atenuantes do crime de pouco amar.
Como dois e dois são quatro, multiplicamos planos, subtraímos pessimismos com porcentagens de ironia. Somos uma dupla do barulho, dois corpos tornando um só.
Diferentes? Talvez.
Libertos de mesmices irreverentes no sentir e mágicos no saber um do outro.
Talvez falte algo em nós que não necessitamos. É, damo-nos por completos...
Entre pontos e nós